sexta-feira, 3 de junho de 2016

X-Men Apocalipse e Minha Fixação por Filmes Ruins

Nessa quinta finalmente tomei vergonha na cara pra assistir X-Men Apocalipse. Pra quem não sabe, os X-Men são, na verdade, os únicos super heróis que eu realmente me importo. Capitão América e Batman? Gosto adquirido. Agora X-Men? Paixão de infância, baseada em muitos dias saindo correndo da escola pra pegar o desenho que passava na hora do almoço no SBT. Anos depois, quando nem lembrava mais deles, me peguei assistindo ao primeiro filme da trilogia original. O resto é história.

Mas a questão é: Os filmes X-Men não são bons. Eu sei disso. Você sabe disso. Pessoas não entendedoras de cinema sabem disso. Até o Bryan Singer sabe disso. É cheio de CGI cansativo, o roteiro é repetitivo e as falhas temporais tornam quase impossível entender o que tá acontecendo (provavelmente o Bryan quis conectar esses filmes recentes com a trilogia original e... é. Foi uma tentativa). Na verdade, a melhor coisa de X-Men - tecnicamente falando - são os atores. Não vou nem entrar no mérito da Jennifer Lawrence aqui, mas James McAvoy e Fassbender? Não consigo pensar em outras pessoas pra interpretarem o Xavier e o Magneto (Além do Patrick e do Ian. Mas aí já é covardia). E sim, o Hugh Jackman também, embora eu odeie o Wolverine ele trabalha bem na medida do possível de um personagem unilateral. E nem quero falar da Jean Grey da Sophie-mozona-Turner e do Scott, que pela primeira vez na minha história com X-men, não é um personagem sonso que eu odeio mais do que odeio o Wolverine (e isso é muito). Ah, e o Mercúrio do Evan Peters. EU O AMO E VOU PROTEGÊ-LO. <3

Claro que nada disso importa. Porque toda vez que eu vejo o filme, não importa o quão ruim ele seja, não importa se ele estiver se contradizendo em relação aos filmes anteriores, não importa realmente nada: ainda é o filme do desenho da minha infância e da trilogia original que fez parte da minha pré-adolescência. E provavelmente esse é o jeito que o Bryan Singer se sente também, já que a filmografia dele se baseia em X-Men e uns três ou quatro filmes diferentes.

Isso me fez pensar no tanto de filmes ruins que eu gosto. Quando se faz cinema, é praticamente um crime dizer que se gosta de filmes mainstream. É praticamente como se eu tivesse que me esconder numa caverna escura sempre que quero assistir Meninas Malvadas (o que é basicamente toda semana). Ou ter que concordar em silêncio sempre que algum professor diz que Tarantino é ruim, já que é verdade, mas ao mesmo tempo achar o monólogo do Samuel L Jackson em Pulp Fiction uma das coisas mais adoráveis do cinema. E é claro que ninguém além da minha mãe sabe que toda terça eu vejo a maratona de Keeping Up With the Kardashians que passa no E!, porque né. É cool fazer referência ás Kardashian, mas assistir o reality delas? Nem tão cool assim.

A verdade é que isso também não importa. Eu entendo os problemas, assim como a maior parte das pessoas entende os problemas quando gosta de algo mainstream (acredite, até fãs de Crepúsculo entendem os problemas). Por fazer cinema, a gente é até obrigado a entender mais ainda, mas isso não me impede de abrir o netflix num dia chuvoso e passar o dia todo assistindo Drake e Josh, ou colocar Meninas Malvadas no último volume enquanto arrumo a casa (e repito todas as falas na minha cabeça porque sim, meus conhecimentos desse filme vão além de "That's so Fetch!" e "You go, Glenn Coco"). Acho que me divirto bem mais assim do que gente esnobe de cinema, que não te aceita no grupinho porque você nunca viu a filmografia completa do Bergman. Prefiro andar com gente que entende quando eu digo que "Você não pode comparar o Coringa com nenhum outro vilão de super-herói. É tipo comparar Spielberg com Michael Bay".

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